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Mostrando postagens de 2023

Esperança

O sucesso é o palco da vida 4 set. 2018 Espera, criança, o amor para a vida. Espera o tempo de plantar E espera o colher dos teus frutos. Espera para ver o valor das coisas, Espera para ter o melhor das coisas, Espera as melhores coisas da vida. Espera o sorriso certo, Espera a voz que acalenta, Espera o passar das tempestades, Espera os raios de sol na tua janela. Espera, criança, espera... A espera na Aliança é A esperança que não decepciona, A espera que te espera. Alane Moura, 12 de março 2023

Lágrima

Versos marejados pela saudade. 21 de julho de 2016. Sou o sal desta terra, mas venho ao mundo com inúmeros propósitos. Nasço das sensações perturbadoras, mas também floresço na felicidade. Levo peso aos ombros, mas também descarrego o coração pesado. Revelo fraquezas dos fortes, mas também dou vigor aos fracos. Não poupo ricos e nem pobres, jovens ou velhos, humildes ou ingratos. Cicatrizo as feridas dos enfermos de alma. Atuo no silêncio e no fulgor das grandes batalhas. Mas, por muitos, serei continuamente rechaçada. Carrego a chave que liberta aos encarcerados. Embora poucos queiram me ver descer um rosto. Reconheço, porém, aqueles que já me provaram. "Parece água de mar" foi o que decretaram. E, de fato, assim quebro ondas violentas. Arrimo contra pedras invisíveis diariamente. Bato em faces duras até perfurá-las. Mas como as águas do mar salgadas, alivio, acalmo e depois curo. Se quer me resistiu a face mais santa. Serei contigo enquanto viveres, mas se eu faltar se preo

Andarilho

Brados jovens aos viajantes no tempo 12 setembro 2018 Ao abrir os olhos, a mais ínfima clareza ainda permanecia obscura. Era cedo, muito cedo, talvez cedo demais. Porém, quando o primeiro raio do sol despontou no horizonte, o banho já estava tomado e o fardo já havia sido suspensos às costas... Mais uma vez. Não se chateava em ter que tomar café rápido, mas por fazê-lo assim todos os dias. Era desconfortável sentir o líquido quente ainda ardendo na garganta enquanto caminhava na rua. Mesmo assim, sem nem mesmo esperar as cores despontarem nos céus, camuflando a imensidão de sóis equidistantes, àquela altura o seu ciclo já havia começado e não havia escolha. Nada que merecesse atenção, afinal era só mais um repetitivo ciclo de uma vida qualquer em meio a outros tantos bilhões. Até que se compreendia a obrigação, as necessidades de se manter naquela batalha, mas talvez a razão ainda não fosse clara, e a intencionalidade às vezes fosse relativa. Para quê tanto sacrifício, afinal? Algumas

O vendaval

Há um dragão entre essas nuvens? 12 março 2019 A vida é um intenso vendaval... A cada nova esquina, cruzamos com novidades e despejamos o que já virou passado. Engraçado é que mesmo assim, mesmo cientes disso, seguimos colecionando mágoas e vertigens sem razão. Esquecemos que o vendaval um dia passa e que suas marcas talvez nem se façam lembrança. Chorar não adianta, perder, em verdade, nos alimenta de novos sonhos e realizações. De fato, mesmo sabendo que nossa vida é passageira, nos apegamos mais às picuinhas que ao amor. Então, independente do que o vento trouxer, o vendaval tem que correr e não pode parar. Percorra todas as esquinas, aprenda, vença, perca, cante, chore, mas sempre cresça. Para que esse vendaval perdure surpreendendo o mais quente verão e o mais frio inverno.

Livre livro da vida

A vida florescendo sobre os ladrilhos do caminho 25 setembro 2018   O livro da vida é um livro aberto. Desse livro, ninguém nunca se livra completamente. Minha vida é esse livro aberto. Somos o livro aberto da vida. Alane Moura em  #VersosDespropositais 24 setembro 2023

Prece

O arco da aliança 29 maio 2019 Livrai-me, oh Pai, deste sentimento minguado, da sede da alma, dos maus pensamentos. Livrai-me da insegurança em mim mesma e dos lamentos que por isso reverbero. Livrai-me das noites sem dormir, do dormir acordada e do dormir sem sonhar com o que há de melhor nesta vida. Livrai-me, Pai, da ideia exaustiva, da luta desnecessária contra meus moinhos de vento. Livrai-me do incrédulo e do inútil. Livrai-me da comodidade dos incomodados. Livrai-me da fome pelo constrangimento. Livrai-me daquele jeito com jeito. Mas livrai-me, oh Pai, em primeiro momento: do viver sem ar, do existir sem sentido, dos sentimentos que apenas desaparecem quando estou na tua Presença. Alane Moura, 11 abril 2023.

Leitura Construtiva de "A Metamorfose", Franz Kafka

A "meta-amor-fosse" de um belo pôr do sol. 29 de maio de 2019 "A metamorfose" é uma das obras mais estranhas que já li. Difícil imaginar boas intenções quando se começa uma crítica com uma afirmativa assim, não é? Entretanto, acredite, nesse caso o adjetivo aplicado não tem nenhum sentido perjorativo. Em verdade, a estranheza de cada página desse livro é a responsável pela sua beleza estética. Como uma narrativa dessa natureza, com toda a sua complexidade e precisão, pode ter sido escrita em apenas vinte dias? Mistério! Apesar de se conhecer a mente genial por trás dessa história, soa assombroso supor que uma infinidade de reflexões sociofilosóficas tão profundas pudessem sair destas páginas. Devido a uma aposta de precisão, Kafka não se perde em prólogos e nos põe à mesa, logo ao primeiro trecho, a situação do protagonista: Gregor se transformou em um inseto e ponto final. Não sabemos o que o levou a essa situação. Não sabemos se Gregor foi amaldiçoado por uma brux

Extrem(idades)

Quem é você? O topo ou a base dessa pirâmide? A mania do novo século é induzir a liberdade de pensamento, mas somos realmente livres para pensar o que quisermos? E se eu não quiser, por exemplo, pensar sobre isso, sobre aquilo, sobre alguma coisa? E se eu não quiser estar na posição que me colocarem? E se eu não possuir uma opinião formada sobre tudo? E se eu não souber de tudo o tempo todo? Sou "livre" ou "livrável" nesse ponto de vista? É plástico, coisa das extremas idades, o pueril do ser ou não ser da questão alheia. Afinal, somos ou não somos obrigados a dizer alguma coisa? Somos ou não somos obrigados a concordar, discordar ou se importar com tudo? Carrego ou não carrego o peso do mundo? Sou eu diferente, ou sou eu igual, ou sou eu deles? Não sei. Não há como saber. Quem só se reconhece no outro não vê o quão maravilhoso e catastrófico pode ser a menos que o tempo possa dizer. Idade? Não! Atitude? Sim! Liberdade? Sim! ou Não! Livre é quem sabe quem é e o luga

Freud e os gatos

Da esquerda para direita: Edu , o sapeca, e Ravi , o majestoso. "O tempo gasto com gatos nunca é tempo perdido" era o que dizia Sigmund Freud, não sei se antes ou depois de anunciar claramente que não gostava de gatos. Contraditório? Depende do ponto de vista: 1º como humanos, estamos sempre propensos a mudar de opinião; 2º o fato de não apreciar gatos não define a relevância real deles. Gatos podem ser incríveis, ainda que eu não os tolere, pois assim é a vida. Faz parte da humana existência. Sorte a minha que não vivo a contradição de Freud. Aprendi a gostar de gatos convivendo com eles e, com essa experiência posso lhes dizer, precisamente, que não existe forma mais honesta de gostar de algo, alguém ou alguma coisa. Mas há, porém, o momento certo em que se faz notável a mudança desse sentimento. E esse momento, foi naquele dia. Foi um dia corrido. Havia passado metade do tempo dentro da universidade, trabalhando as palavras dos velhos poetas, até sentir o cansaço e o peso

Cabeça de Árvore

Às vezes, fico a imaginar: e se toda cabeça fosse uma árvore? O caule seria o pescoço, a sustentação, e os galhos seriam as veias, responsáveis por conduzir os nutrientes, por ligar as pontas? As folhas, na minha árvore, poderiam ser os neurônios, mas também o oxi(gênio), o ar, os pulmões? Mas o que me interessaria mais seriam as flores e os frutos, afinal, como eles se produziriam naquele jardim? Quais frutos poderiam dar a minha cabeça? Bons? Ruins? Azedos? Amargos? Doces? Aguados? Será que os passarinhos voariam até minha cabeça, comeriam os meus frutos e construiriam os seus ninhos entre os meus galhos? Será que alguém conseguiria viver nas minhas ideias e se alimentar delas? E como seria morar entre as flores novas e velhas? Imagino a confusão, a angústia das noites de inverno frio, quando os pesadelos dessem asas à boa e a má imaginação. Imagino o vento cortante a me deflorar no outono, durante uma tempestade, a me despedaçar como a decepção que cerca a realidade distante, monóto