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Versos marejados pela saudade. 21 de julho de 2016. |
Sou o sal desta terra, mas venho ao mundo com inúmeros propósitos.
Nasço das sensações perturbadoras, mas também floresço na felicidade.
Levo peso aos ombros, mas também descarrego o coração pesado.
Revelo fraquezas dos fortes, mas também dou vigor aos fracos.
Não poupo ricos e nem pobres, jovens ou velhos, humildes ou ingratos.
Cicatrizo as feridas dos enfermos de alma.
Atuo no silêncio e no fulgor das grandes batalhas.
Mas, por muitos, serei continuamente rechaçada.
Carrego a chave que liberta aos encarcerados.
Embora poucos queiram me ver descer um rosto.
Reconheço, porém, aqueles que já me provaram.
"Parece água de mar" foi o que decretaram.
E, de fato, assim quebro ondas violentas.
Arrimo contra pedras invisíveis diariamente.
Bato em faces duras até perfurá-las.
Mas como as águas do mar salgadas, alivio, acalmo e depois curo.
Se quer me resistiu a face mais santa.
Serei contigo enquanto viveres, mas se eu faltar se preocupe.
A minha ausência é sinal da perda inestimável:
Da sensibilidade do seu ser mais humano.
Alane Moura,
29 de outubro de 2023.
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