Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2024

Implosão

O amor amortece as minhas implosões. 16 julho 2021   Na profundidade do eu, na escuridão, emerge o impacto, floresce a implosão. Não me destruo de fora para dentro, ainda dilacero-me de dentro para fora, porque de todas os choques que me atingem, nunca externo o quanto as dores me doem. Sou, no fim, o começo. Uma bomba que nunca explode. Se ainda desabafo fumaças ao vento é porque a arte me percorre. Mas há energia no que se move. Há tempestades no deserto. No lugar perigoso e hostil, som e brio: não vomitar as pérolas dos porcos. Pensamentos doces e amargos se mesclam. Criam-se à própria sorte. Se um dia explodo, eu não sei. Desabem em si, pensamentos tortos. Alane Moura, 22 de fevereiro de 2024.

Arquiteta de ruínas

Uma arquiteta das letras e seus três castelos 12 ago. 2021 Ai, as ruínas do meu templo. As pedras lodosas e as vigas tortas. Arquitetura mofada. Matagal desgrenhado. Ervas daninhas e flores murchas. O veneno dos insetos. Poças de larvas. Toneladas de lixo. Miligramas de saudade. Epílogo ou prólogo? Início ou fim? Meio. Recomeço. Do verbo faz-se a reconstrução. Recolhem-se os dejetos na primavera. Erguem-se as paredes no verão. Arrancam-se raízes no outono, pois no inverno... Tudo ao chão! Ai, as ruínas dos meus versos. Paro ou recomeço? Meio. Vem novo verbo. Alane Moura, 04 janeiro de 2024.