Um dos
pensamentos que mais aterroriza um adolescente é escolher um futuro
profissional, ainda mais quando procuramos alcançar, através do emprego, um certo "equilíbrio financeiro". Comigo não foi diferente, mas devido as
minhas inúmeras limitações, eu não podia almejar lá grandes coisas.
Eu
precisava de um emprego em que não precisasse decorar nada, pois tenho uma
péssima memória. Na escola isso me prejudicava bastante, principalmente nos
dias de prova, quando parecia que um dos Homens de Preto vinha especificamente
apagar tudo o que eu havia decorado.
Minha falta de memória também sempre me
prejudicou na vida pessoal. Após anos sem ver o rosto de alguém, e sem
pronunciar o seu nome, eu simplesmente me esqueço da pessoa. Até hoje muitos me
cumprimentam na rua, mas nem sempre consigo lembrar de onde provavelmente
conheço aquele(a) indivíduo(a).
Eu também não poderia ter
uma profissão onde precisasse ter contato com pessoas enfermas. Manejar uma
agulha nas mãos deve ser tão complicado quanto brandir uma espada numa guerra,
creio que é preciso muita técnica e paciência para usá-la, duas características
que eu nunca tive, nem mesmo quando eu sou a paciente...
Em profissões
onde precisasse lidar com números, eu também não me daria bem, principalmente se
tais números me fossem apresentados dentro de uma operação matemática. O
motivo? Acho que é bem óbvio...
Diante de todos esses obstáculos, poucas
eram as profissões onde eu poderia me encaixar e grandes eram as minhas
preocupações com o meu futuro. Durante todos os anos na escola, sempre que um
dos professores perguntava quais eram os meus anseios profissionais no futuro,
a minha reação era sempre a mesma.
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