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Muitas vezes, seguir uma vida digna não é tão simples quanto parece. Em algumas ocasiões, mesmo aqueles que não estão em comunhão com Cristo precisam renunciar o próprio conforto para promover o bem estar de outras pessoas. São assim os melhores médicos, por exemplo, que muitas vezes sacrificam bons momentos ao lado de quem amam para salvar vidas que sequer conhecem. Talvez para esses, e até para outros tipos de profissionais que tem como objetivo zelar pelas pessoas, a intenção não seja clara, mas para os cristãos a razão do bem costuma ser objetiva: no final das contas, a forma como servimos ao próximo e à Deus garantirá o nosso direito à herança prometida.
Romanos 8:16-17 reflete de onde vem o nosso direito à herança de Deus. Essa passagem explica, por meio de uma comparação legítima com uma relação familiar, que um filho será por direito o herdeiro de seu pai. Assim, da mesma forma, se nos tornamos filhos de Deus certamente teremos direito à nossa parte na Sua herança. Entretanto, conforme Jesus explica através da parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32), somos os filhos de Deus que gastaram toda a sua fortuna no mundo e que regressaram arrependidos à casa de seu pai. Gastamos nossa Graça desde o Éden com os pecados que cometemos e nos voltamos arrependidos aos braços do Pai para que sejamos dignos de sermos chamados "seus filhos".
Mesmo com o direito à herança, entretanto, devemos tomar cuidado. Servir apenas por almejar aquilo que individualmente podemos receber não me parece uma crença sincera e nobre, mas sim uma relação oportunista e egoísta com o evangelho. Penso que a justiça deve ser feita, a mão deve ser estendida e a paz deve ser garantida porque são bens comuns que veem da vontade de Deus. Trata-se de fazer com que se cumpra a Lei porque é justa e assertiva e não necessariamente porque se pode ganhar algo em troca. É mais ou menos nesse ponto, inclusive, que nos diferenciamos dos médicos.
O Cristão não deve falar do evangelho apenas para receber uma recompensa, mas sim para cumprir com a vontade do Pai. Até porque, o bem que Deus nos promete não está relacionada a nada material, algo que possamos desfrutar ainda nessa vida. Ainda que aqui se possa receber em ouro ou prata por algum bem, estes não são nada se comparado à vida eterna ao lado de Deus. Conforme está descrito em 1 Pedro 1:4-8, a salvação será a nossa maior recompensa e ela, por si só, é muito mais valiosa do que o ouro ou a prata (porque até o ouro e a prata perecem com fogo, mas a salvação de Deus é invulnerável, jamais se destruirá).
Dito tanto, meu amigo, penso que parece mais difícil supor por qual razão muitos cristãos desistem do evangelho e renunciam a uma vida de comunhão com o nosso Pai. A herança, você deve imaginar, não deveria ser um motivo mais do que suficiente para manter a fé acesa? A verdade é que muitas pessoas ainda praticam o bem esperando o reconhecimento do mundo. São criaturas que estão profundamente ligadas à carne, apartadas do Espírito, que quando não recebem a Graça conforme querem ou esperam, acabam desistindo, pensando que Deus não está honrando seus esforços apesar de tudo. Acho que falta a essas pessoas, Cético, uma fé mais genuína. Elas, mais do que ninguém, sabem que Deus vê todas as coisas e que a nossa verdadeira herança está no Céu e não na terra. No final de tudo, até os elogios do mundo passarão, mas a salvação permanecerá.
Para todos nós resta o arrependimento, meu caro, pois sinto que Deus é como o pai do filho pródigo que já citei anteriormente. Como Pai, Ele se entristece quando pecamos, quando Lhe damos às costas e miramos as coisas do mundo com uma atenção exagerada, muitas vezes superior à razão do Espírito. Entretanto Ele ainda nos espera. Se nos arrependemos e voltamos à Sua casa, o Pai se alegrará e nos preparará um grande banquete, para que juntos possamos celebrar o regresso dos que partiram e a salvação dos redimidos.
Ciça Ribeiro,
28 de novembro de 2017.
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