Agora colocaram na cabeça da gente uma ideia maluca sobre como calçar os pés. Mas quando vivia descalço, pegando frieira, não apareceu um sequer para dar remédio. A sandália era remendada com o prego que faltava na parede. Por isso o espelho caia e a praga vinha e reinava: mas o que é sete anos de azar para quem vive na falta?
Depois de jovem, disseram: recuse imitações! Mas hoje é outro tempo, onde a boca sopra ao vento ideias de outras gerações. Faço o que me mandam e penso melhor pela cabeça dos outros. A marca não é apenas um nome, mas uma direção de desgosto. Onde anda a sorte? Na direita ou na esquerda do caboclo? O azar, eu sei, continua habitando o meio do povo.
Por mim, penso: dentre os animais, os mais sábios são os descalços. Poderia ser o papagaio, mas ele só imita o que ouve falar. Nesse mundo, quem procura acha e quem acha se cala. Existem descalços sem opção e calçados com opinião formada. Mas, me diga então, onde isso vai parar? Talvez nos tribunais ou nos pés de gente cansada.
Se bem que essa história ainda é algo a se pensar. Agora a política assumiu todo lugar, até aquele que não lhe cabia. Se vive da paranóia ou da realidade, talvez não haja como imaginar. Hoje não é preciso pensar para existir, mas existir para imitar.
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| (Atenção: imagem editada por IA) Campanha global "Original do Brasil desde 1962" das Havaianas. Imagem original retirada do site: Jovem Jornalista, 04 maio 2019. Acesso em: 30 dez. 2025. |

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